quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A química do amor


        Durante muitos anos acreditou-se que o homem não poderia sintetizar certas substâncias em laboratório. Essas substâncias em geral eram compostos com fórmula e estrutura complicadas, encontradas nos seres vivos. A explicação imaginada pelo químico Berzelius (1779-1848) era que os organismos vivos possuíam uma “força vital” que lhes permitiriam produzir tais substâncias.
        Essa ideia começou a ser derrubada em 1828 quando o químico alemão Friedrich Wöhler descobriu que aquecendo o cianato de amônio (composto inorgânico) ele se transformava em ureia (composto orgânico encontrado na urina de mamíferos, pássaros e alguns répteis, bem como no leite e no sangue).
        Da análise dos compostos orgânicos, Antoine L. Lavoisier descobriu que todos eram constituídos pelo elemento carbono (juntamente com o hidrogênio).
        Atualmente, define-se a Química Orgânica como a Química que estuda os compostos de carbono1.
        Além do carbono, o hidrogênio está presente em quase todos os compostos orgânicos. Mas, cuidado, nem todo composto que contém carbono é orgânico (e você já conhece vários deles).
> Alguns compostos inorgânicos contendo carbono:
C (grafite ou diamante), CO2 (gás carbônico), H2CO3 (ácido carbônico), HCN (cianeto de hidrogênio).
> Alguns compostos orgânicos (não se assuste com as fórmulas, você irá se familiarizar com elas em breve).
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CH4, metano     C2H5NO2, glicina

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C2H4O2, ácido etanóico   C2H6O, etanol
     É curioso constatar que toda a vida (conhecida) existente neste planeta é constituída essencialmente de átomos de carbono e hidrogênio e que algumas reações físico-químicas que acontecem em nós nos fazem pensar, andar, amar ...
E poderia o amor ser explicado quimicamente? Por que sentimos atração por alguém?
    & nbsp;   Do p onto de vista quími co, uma atitude romântic a entre seres hu mano s se deve a reações químicas no corpo. Não é por acaso que estamos falando sobre “química sexual”, mas porque substâncias produzidas em nosso corpo são muito parecidas com drogas do tipo anfetaminas. Elas incluem dopamina, norepinefrina (noradrenalina) e principalmente a 2-feniletilamina (FEA).
norepinefrina  dopamina  fea
   Nosso corpo produz tais substâncias mas infelizmente criamos “resistência” aos seus efeitos, após alguns anos.

Isso significa o fim do amor?
Não necessariamente. Reações emocionais são produzidas por outras substâncias. O que passa é a “paixão” (um sentimento mais imediato), um amor duradouro envolve substâncias chamadas endorfinas, que são produzidas no cérebro e provocam sintomas como relaxamento, paz, etc. A glândula pituitária, localizada no cérebro, secreta oxitocina, um estimulante que age no cérebro quando se faz amor. Essa substância provoca contrações no músculo uterino e produção de leite; aparentemente está envolvida no relacionamento mãe e bebê.
Poderíamos fazer alguém se apaixonar por nós com uma poção de amor usando substâncias como o FEA?
Chocolate é rico em FEA. Uma barra de 100g contém mais de 660mg (bem como outros estimulantes chamados metilxantinas2). Contudo, é muito pouco absorvida pelo corpo e, por isso, o chocolate não é um afrodisíaco. O corpo tem que produzir o seu próprio FEA.
Por fim, queremos deixar claro que não pretendemos aqui estabelecer regras determinísticas para esse ou aquele comportamento, mas que envolvem a Química.
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A teobromina pode ser letal para animais domésticos, principalmente cães, pois metabolizam lentamente essa substância, podendo acarretar convulsões, hemorragias e até morte. Estima-se que cerca de 100 mg por quilo do animal possa ser uma quantidade perigosa para saúde de alguns animais. Em 100g de chocolate ao leite há cerca de 20 0 mg de teobromina, enquanto que a mesma quantidade de chocolat e amargo tem 1.400mg de teobromina. Já no chocolate branco, esta quantidade é de apenas 3,5 mg de teobromina em 100 g.

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